29 de mar. de 2012

Desafios

 
O ser humano desde o momento de sua concepção já enfrenta desafios; imaginem,  senhoras e senhores, que milhões de espermatozóides saem em uma corrida desenfreada com o objetivo de “apenas um deles” – fecundar um óvulo feminino. Uma vez fecundado, vamos para o desafio da gestação, cuidados, conforto, alimentação...
...tudo para que o feto receba tudo “do bom e do melhor”...

Ao final da gestação o desafio de nascer. Sair de um ambiente de iluminação confortável e extremamente anatômico,   para um ambiente com um feixe de luz superpotencializado como é o caso de um bloco cirúrgico. Uma claridade nada confortável. (deve ser por isso que tenho tantas  enxaquecas, a claridade me incomoda até hoje)
Daí,  vamos encarar mais desafios, aprender a comer, usar fraldas e se sentir confortável com isto, aprender a andar, fazer xixi sozinho, adaptação às mudanças de alimentos...
Brincar, brincar muuuuuito...

Rir, chorar, conhecer as sensações, sentir cheiros, gostos, conhecer músicas, cantar, gritar, bater palmas...
Então vem a escola e os desafios são outros, adaptar-se à Sala de Aula, aos professores, aos colegas, aprender a construir e respeitar os relacionamentos, conhecer regras, não cumpri-las e sofrer por isto;  Na aula de educação física, aprender a jogar, a competir (ora, já competimos no início de nossa concepção...) aprender a ganhar e comemorar por isto. Aprender a perder e motivar-se com isto; e o desafio agora será o próximo jogo, o jogo em que estamos motivadíssimos a ganhar e, comemorar com muito mais alegria o somatório de todos os esforços investidos nos treinos preparatórios que antecederam aquela vitória.

Vem a adolescência:  e o desafio?
Seria se apaixonar?
Ou, por outro lado, senhoras e senhores, seria aprender a conviver com este sentimento que até então desconhecíamos?
Dividir com o outro os nossos desejos, anseios, angústias, vontades, emoções parece ser um desafio e dos grandes.
O ciúme não é garantia de que o outro não irá traí-lo. O ciúme é indigesto e uma das ciências mais difíceis não é a filosofia ou a biologia, mas o RELACIONAMENTO.

Próximo desafio: Filhos
Desafio seguinte: Educá-los
Desafios agregados: cuidar, acompanhar, aplaudir, apoiar, ajudar, orientar, ensinar, dar limites, vibrar, aceitar, dizer NÃO, estar junto e afastar-se (estrategicamente)...
E só depois de passar por todos estes desafios é que passamos a descobrir que ninguém carrega o peso do fardo de nossas dores; que temos que nos educar com os sofrimentos.

Ninguém acreditará que as suas dores são maiores do que as dores do outro então: livre-se das dores, aflições e angústias. Se auto-ilumine! Use o bom humor. Comigo Funciona!
Ninguém entenderá os problemas complexos da existência e que o silêncio é para ser exercitado.
Ninguém seguirá com você infinitamente, temos que nos acostumar com a solidão.

É por isso que muitas vezes, à noite, em minha casa ao som de uma boa música curto o sabor de um bom vinho! Mas não apenas o sabor de um bom vinho, mas a forma como escolhi servi-lo para mim mesma: numa elegante taça alta de cristal.
Ninguém responderá pelos seus erros. 
Cabe a você próprio o cuidado em proceder. 

Ninguém te libertará do arrependimento depois de um crime. 
Medite na paciência e, O DESAFIO MAIS DIFÌCIL: DOMINE OS SEUS IMPULSOS.

Ninguém suportará as suas exigências (lembre-se do desafio de apaixonar-se ou lidar com esta paixão...)   Seja simples, brando, calmo. Entenda o outro.
Ninguém compreenderá seus sacrifícios e renúncias para manutenção de uma vida modesta e honrada. Preserve o dever bem cumprido!

Sábio é todo aquele que reconhece e admite ser pequeno Diante da grandeza da vida.
Você SEMPRE encontrará excelentes pessoas na sua trajetória de vida. Excelentes não pela essência da palavra, mas pelo que elas puderam contribuir no teu amadurecimento e se você refletir bem sobre isto você verá que foram todas estas pessoas que te ajudaram a vencer TODOS, ABSOLUTAMENTE TODOS OS DESAFIOS que você encontrou e que continuará encontrando na sua linha de vida.

Na escola da vida a LUTA é a lição de cada hora, simplesmente APRENDA.
Tire proveito de tudo para si próprio com o mero objetivo de evoluir. Seja um jardim espalhe beleza e distribua, gratuitamente, alegria.
Se alguém lhe fechar a porta, não tente abri-la. Respeite a vontade de quem a fechou. 
O confronto não é saudável. Procure as janelas, outras saídas, outros horizontes, seja  SÁBIO em lidar com TODOS OS DESAFIOS DA SUA VIDA.

texto de Márcia Cristina Boullosa

13 de mar. de 2012

Por que perdoar ?

Se perdoar fosse uma coisa fácil, todo mundo perdoava todo mundo, ninguém brigava com ninguém e tudo seria diferente e maravilhoso. 
Só que não é assim...
A regra geral é, de fato, não perdoar, ou perdoar da boca pra fora e guardar a mágoa. 
Não existe fórmula pra perdoar. 
Perdão é como sexo:  você pode até ver outros fazendo, achar que sabe, mas vai ter de meter a cara você mesmo (às vezes literalmente) pra aprender como é que a banda toca.

Perdoar é mais importante para quem perdoa do que para quem recebe o perdão. 
Afinal, se alguém faz uma sacanagem com você e não está nem aí, pra que perdoar, não é esse o pensamento? 
Pois é !
Só que a raiva e a mágoa vão corroendo por dentro, criando raízes profundas de amargura e espalhando como um câncer.
Mesmo que não haja sintoma característico, o "problema" fica instalado na mente e quanto mais recebe 'atenção' mais se alimenta, cresce e ganha força, até acabar com você !

Se perdoar fosse uma coisa dispensável, Jesus não teria acrescentado nada ao "Pai Nosso":
"...e perdoa-nos as nossas dívidas, na medida em que perdoamos aos nossos devedores",

ou seja: é na mesma proporção !

Na bíblia está escrito "... e perdoa as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores", observe que o verbo PERDOAR está no tempo passado, como se perdoar fosse algo intrínseco a nossa natureza.
Só que Jesus, conhecendo como ninguém a alma humana acrescenta em seguida:
'Porque, se perdoardes aos homens as suas dívidas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas dividas' (Mateus 6:14)

É óbvio que a tradução usada no 'Pai Nosso' não foi das melhores. 
A palavra grega original diz "hoce",  que  significa "assim como", "na medida que", "de acordo com", bem mais próximo com o que Jesus disse e viveu.
Perdoar torna a NOSSA vida mais fácil, perdoar é um facilitador de vida. 
Perdoar é quando nós decidimos ser feliz em obediência a Palavra e isso gera o bem estar da proteção de Deus.

'Tende cuidado de vós mesmos; se teu irmão pecar, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe. Mesmo se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: 
Arrependo-me; tu lhe perdoarás' (Lucas 17:3).
Então Pedro, aproximando-se dele, perguntou: 
Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete? 
E Jesus respondeu: 
'Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete (Mateus 18:21)

O resumo da 'ópera' é que se  não existe limite para as ofensas e ofensores, muito menos limite ainda haverá para o perdão.
Em Cristo nós fomos lavados e perdoados e quanto maior for essa consciência, maior será também a capacidade de lembrar das águas turvas que passaram pela vida sem ressentimentos, vestígios ou rancor.
Nutrir sentimentos de vingança é viver de forma absolutamente estúpida, como tomar veneno esperando que o outro morra.
O perdão é saúde para alma.
George Arribas



18 de fev. de 2012

Paulo, o Apóstolo


Paulo de Tarso, também chamado de Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento.
A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de ‘paulinismo’, foi fundamental por causa do seu papel como proeminente apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império Romano.
Conhecido como Saulo antes de sua conversão, ele se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém.
De acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz. Ficou cego, mas recuperou a visão após três dias e começou então a pregar o Cristianismo.
Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo. Era também cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada.
Treze epístolas no Novo Testamento  são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos.
Agostinho desenvolveu a idéia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas ‘obras da Lei’. A interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de ‘sole fide’.
A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida.
Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição.

Como pertencia à tribo de Benjamim, foi-lhe dado o nome de Saul (Saulo), muito comum nessa tribo em memória do primeiro rei dos judeus.
Como todo judeu respeitável tinha que ensinar a seu filho uma profissão, o jovem Saulo aprendeu a tecer os fios dos quais eram feitas as tendas e a confeccioná-las, o que lhe seria de muita utilidade no futuro. Ainda muito jovem foi enviado a Jerusalém para receber educação na escola de Gamaliel.
Ao contrário do que muitos imaginam, Paulo era de pequena estatura, calvo, de fraca voz e má saúde. Por isso, não impressionava à primeira vista. Entretanto, a alma que movia esse corpo frágil era toda de fogo, e praticamente não encontra paralelo não só nos primeiros tempos do Cristianismo, mas em toda sua história.

De perseguidor a Apóstolo de Cristo
Formado na tradição dos fariseus, que exageravam o cumprimento das exterioridades da lei, seu fanatismo ardente, que nada podia moderar, iria se chocar contra o Cristianismo nascente. A doutrina deste, dotada de força e vida, ameaçava tudo conquistar para Cristo, o que preocupava muito a Saulo.
Diante dessa marcha conquistadora, ele não hesitava em opor-se com todas suas forças e até pela violência, conforme narram os Atos dos Apóstolos (9, 1-2): “Respirando ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, apresentou-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos a Jerusalém quantos achasse desta doutrina, homens e mulheres”.
A isso comenta João Crisóstomo: “Que males não havia feito? Havia enchido de sangue Jerusalém, matado os fiéis, afligido a Igreja, perseguido os Apóstolos, apedrejado Estêvão, e não perdoando a homem nem mulher, porque não se contentava com levá-los aos tribunais e acusá-los ante os juízes, senão que os buscava em suas casas, tirando-os delas; e, como uma fera, os arrebatava”.
“Saulo, Saulo, por que me persegues?”
Entretanto, no caminho de Damasco o Senhor o esperava.
“Saulo, Saulo, por que me persegues?”.
Ele caiu do cavalo diante da fulgurante luz. “Coisa maravilhosa é considerar que, tendo sido toda a vida de Cristo, nosso Redentor, semeada de trabalhos, perseguições e penas, e sua sagrada paixão cheia de tantas e tão inexprimíveis afrontas e tormentos, nunca o Senhor se queixou nem abriu a boca para dizer: ‘Por que me persegues?’...
E agora, com voz portentosa e sonora, diz a Saulo: ‘Por que me persegues?’. Como podia Saulo perseguir a Vós, Senhor, sendo ele um pouco de pó, e vós o Rei da glória, estando ele na Terra e vós no Céu?  Mas, porque Saulo perseguia os membros de Cristo, nossa cabeça, Ele tomava por próprias as injúrias que contra seus membros se faziam”.
“Senhor, que quereis que eu faça?” Era a coerência falando.
Se Aquele que lhe aparecia era o próprio Cristo, Filho de Deus, Saulo deveria, em vez de perseguir seus discípulos, entregar-se inteiramente e de vez a seu serviço.

Os teólogos asseguram que uma conversão é obra tão maravilhosa quanto a ressurreição dos mortos. Assim, a conversão de Paulo constituiu fato maior e mais notável que a ressurreição de Lázaro, encerrado havia quatro dias no sepulcro, e já cheirando mal.
Para Santo Agostinho, se a ressurreição de um morto e a conversão de um pecador são obras de igual poder, a conversão é obra de maior misericórdia.
Se isso se pode dizer de qualquer conversão, mais se pode dizer da de São Paulo. “Com efeito, se todas as outras são milagrosas, estando elevadas acima da ordem da natureza, esta o é na mesma ordem da graça, sendo como um milagre estabelecido sobre outros milagres. O que parecerá evidente, tanto se se consideram os efeitos que produziu, quanto os grandes frutos que a Igreja dela tirou”.
Realmente, vemos nessa conversão uma circunstância inteiramente milagrosa, pois é milagre na ordem da graça que uma alma tão carregada de pecados, e com disposições totalmente contrárias a ela, se converta assim inopinadamente, sem ter sido preparada antes por atos opostos a esses maus hábitos e a essas disposições perniciosas.
A conversão de São Paulo foi também um “prodigioso acontecimento, de incalculável importância, sem o qual todo o futuro do Cristianismo teria mudado de feição. [...] A transformação foi nele radical e completa. O que havia odiado, passa, da noite para o dia, a adorar; e a causa que combateu com toda a violência vai, igualmente com toda a violência, servi-la de futuro. Num segundo, e na pista do deserto, Deus vencera o adversário e o ligara a Si, para todo o sempre”.
George Arribas