Desça do Ônibus
Para quem não sabe, semanas atrás os jogadores do Santos foram convidados a ir a um hospital em que são tratadas crianças portadoras de deficiências mentais. Já na porta do hospital, alguns jogadores ficaram sabendo que ele está ligado a entidades espíritas e, imediatamente, se recusaram a entrar no hospital, sob a alegação de que sua religião, não declarada no momento, mas presumivelmente evangélica, os proíbe de contatos com o espiritismo. Recusaram-se, assim, a manter contato com as crianças doentes. Outros jogadores entraram no hospital e cumpriram a tarefa para a qual haviam se deslocado até ali.
Criticado, como os demais do grupo resistente, Robinho exigiu:
"- É preciso que respeitem a religião da gente".
Texto sobre o episódio envolvendo os jogadores do Santos numa visita ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de crianças com deficiência cerebral, para entregar ovos de Páscoa. Uma parte dos atletas, entre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fabio Costa, se recusaram a entrar na entidade e preferiram ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação que são evangélicos.
Sou pastor evangélico e santista desde pequenino, porém, os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.
A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais Bíblia e de cada uma das tradições de fé.
Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo, ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião.
Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião.
Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.
O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância.
A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.
E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.
Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.
Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.
Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar - você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental.
"Temos bastante religião para fazer-nos odiar uns aos outros, mas não espiritualização o bastante para que nos amemos uns aos outros" (Jonathan Swift )
Para quem não sabe, semanas atrás os jogadores do Santos foram convidados a ir a um hospital em que são tratadas crianças portadoras de deficiências mentais. Já na porta do hospital, alguns jogadores ficaram sabendo que ele está ligado a entidades espíritas e, imediatamente, se recusaram a entrar no hospital, sob a alegação de que sua religião, não declarada no momento, mas presumivelmente evangélica, os proíbe de contatos com o espiritismo. Recusaram-se, assim, a manter contato com as crianças doentes. Outros jogadores entraram no hospital e cumpriram a tarefa para a qual haviam se deslocado até ali.
Criticado, como os demais do grupo resistente, Robinho exigiu:
"- É preciso que respeitem a religião da gente".
Texto sobre o episódio envolvendo os jogadores do Santos numa visita ao Lar Espírita Mensageiros da Luz, que cuida de crianças com deficiência cerebral, para entregar ovos de Páscoa. Uma parte dos atletas, entre eles, Robinho, Neymar, Ganso e Fabio Costa, se recusaram a entrar na entidade e preferiram ficar dentro do ônibus do clube, sob a alegação que são evangélicos.
Sou pastor evangélico e santista desde pequenino, porém, os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa. Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.
A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé. A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais Bíblia e de cada uma das tradições de fé.
Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno, ou se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo, ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião.
Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião.
Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.
O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância.
A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.
E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.
Mas quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.
Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, fazem com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.
Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina – ou pelo menos deveria ensinar - você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental.
"Temos bastante religião para fazer-nos odiar uns aos outros, mas não espiritualização o bastante para que nos amemos uns aos outros" (Jonathan Swift )
Rev. Ed René Kivitz
Vim deixar pra você
ResponderExcluirUm afago doce...
um abraço apertado...
um beijo carinhoso...
a ternura da minha amizade!.
Bons sonhos e um lindo amanhecer.
Beijos no coração!
I'm appreciate your writing skill.Please keep on working hard.^^
ResponderExcluirNunca li uma critica tão construtiva como a sua.Adorei
ResponderExcluirSer lúcido não doí.
Nossa que coisa ridicula isso dos meninos da vila.
ResponderExcluirO verdadeiro evangelho prega o amor e não apenas religiao.
Otimo texto.
Fica com Deus !!
Sou espírita e fiquei profundamente sensibilizada por seu comentário. Bom senso, infelizmente, é raro...
ResponderExcluirpuxa vida, esperava muito ler algo tão coerente para me tirar de um mar de duvidas... sou evangélica e detesto ter que dizer que minha religião é a melhor pra todo mundo (pq quando vc diz que a sua é correta, passa por superior, o que nãome agrada muito). Li na bíblia e gosto de dizer isso, jesus nos deixou só dois mandamentos: amai á deus sobre todas as coisas e teu próximo como á i mesmo. pq os seres humanos tinham que complicar tanto? obrigada, foi muito instrutivo. religião não salva, só jesus salva
ResponderExcluirParabéns.
ResponderExcluirNota zero para os jopgadores do Santos.
Nota mil para seu post!!
Wilian
Criança Genial
O que algumas pessoas não entenderam ainda (porque não se deram ao trabalho de aprender)é que "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" é uma profissão de fé, de sentimentos bons e não de religião...
ResponderExcluirGostei d+ do texto!
Concordo plenamente com esta sua discrição.As coisas confundem-se muitas vezes, por isso estou tão descrente de religião, Deus, etc.Deviamos reter simplesmente a nossa espiritualidade.
ResponderExcluirParabéns George!
ResponderExcluirGostei muito do seu post e compactuo com essa verdade sobre o evangelho genuíno, livre de regras de homens, uso e costumes que como a palavra diz servem apenas para satisfazer a carne. Aproveito a oportunidade para convida-lo a conhecer meu blog: www.netovilhena.blogspot.
abraços e que Deus o abençoe sempre
Caro irmão, também acredito que os jogadores que deixaram de ajudar o próximo por diferenças religiosas erraram, mas, embora deteste ser o "do contra", devo dizer que o evangelho bíblico, embora pareça antipático, discute sim dogmas e posições.
ResponderExcluirO autor falou contra debater:
Se Deus é a favor ou contra a prática do homossexualismo; se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão; se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica,
Contudo, Jesus, o nosso Senhor, com todo amor do mundo, por diversas vezes discorreu abertamente contra os erros e até mesmo afirmou à samaritana que a salvação vinha dos judeus, em outro momento Ele disse que adultério era pecado, só não usou isto como motivo para apedrejar a mulher adúltera.
Não consigo entender uma espiritualidade que não se manifeste em posicionamentos claros do que é certo ou errado. Se falar contra o pecado, for apenas o que o irmão chamou de "religião", então lamento informar, que Jesus, os profetas e os apóstolos faziam isto o tempo todo!
Não posso concordar com um evangelho neutro que não tem coragem de ser pregado como o único remédio para a humanidade sem Deus!
Fraternalmente em Cristo,
Pr. Sandro Márcio
PARABÉNS PELO POST!
ResponderExcluir