19 de dez. de 2008

Ana Carolina Faraldo



O estampido de um tiro absurdo acordou o silêncio da noite.
Última noite de um último domingo, de um último novembro de Ana Carolina!


O eco da perplexidade ainda reverbera no vazio do coração dos atingidos...
O mundo acadêmico perdeu a mais bela representante da inteligência feminina.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco perdeu o charme de uma pesquisadora de rara competência.
O País perdeu a chance de se tornar respeitado na sua área de atuação profissional.

Os amigos perderam uma parte imensa de si mesmos.
Os dias ficaram mais pobres de alegria e doçura.
Na família instalou-se a dor. A dor limite à todas as dores humanas possíveis suportáveis.

Só na Palavra de Deus é possível encontrar encorajamento para seguir adiante com os passos tão fragilizados.
O próprio Deus alerta que são poucos os nossos dias embaixo do sol. ELE ensina sobre a brevidade da vida e prepara para a efemeridade da existência...
O Criador do universo diz que a vida é só um sopro, que a vida é tão somente uma pequena névoa entre duas eternidades – uma antes e outra depois.
Um flash, diante da eternidade...

É exatamente por sua raridade no tempo que ela é tão preciosa!
E por mais curta e breve que seja a vida, como foi a de Carolina, ela jamais perderá o seu fulgor e a sua valia.

O tempo é o bem mais valioso que nos foi entregue.
Como jamais passarão as mesmas águas pelo leito de um rio, os nossos dias também são de cópias impossíveis.
'Irrecicláveis'!

Carolina agora vive no tempo da saudade. Um tempo diferente daquele que mede a sucessão dos dias e das horas - como sombra de uma ausência teimosa.

Que o Senhor aquebrante o coração dos responsáveis por esse barulho ensurdecedor de nossa sociedade e do nosso tempo.
Que ELE tire a venda dos olhos daqueles que cultuam o egocentrismo exacerbado, responsáveis pelos desequilíbrios sociais - fomentando uma conta impagável para as próximas gerações.

Aqueles que golpeiam as próprias LEIS que criam...
Aqueles que deveriam tornar os dias melhores, mas se utilizam da miséria humana para discursos inflamados e arquitetura de peças retóricas.

Uma Ana Carolina é executada a cada 10 minutos!
Vivemos o temor do hoje e do amanhã, enquanto os responsáveis temem apenas o ontem !!!

A violência é filha primogênita da CORRUPÇÃO e da IMPUNIDADE.

Que país é esse?
Do carnaval, do alto astral, da esculhambação geral, da cueca federal, da decadência moral, da justiça parcial...
Isso é um país letal e débil mental!

A angústia é o emblema do nosso tempo, com o pavilhão verde e amarelo maculado por um vermelho insano das veias estouradas à bala pelos filhos ingratos deste solo tão gentil.

Em nome da Comunidade da Igreja Episcopal Carismática do Brasil representada pelo o Arcebispo Primaz Dom Paulo Garcia, em meu nome pessoal e dos meu filhos André e Sophia, suplicamos ao PAI celestial, para que ELE tenha misericórdia desses criminosos e de tantos outros que não sabem o que fazem com a vida dos seus irmãos, nem com as suas próprias.

Por TUA imensa e maravilhosa graça rogamos que eles sejam alcançados pelo evangelho restaurador de Cristo Jesus e tornem-se fiéis adoradores do nome acima de todos os nomes.
Pelas comportas do céu, como o orvalho, deixa derramar de TEU trono a TUA benção poderosa sobre a vida de cada um dos familiares de Ana Carolina.

Nós confiamos que em TEU imenso amor, TU guardarás eternamente a nossa amada Carol como a menina preciosa de TEUS olhos em sua morada.
Que ela adentre os portões da glória e contemple a TUA FACE - a mais bela face de todo o universo, aguardando em PAZ o cumprimento da promessa de TUA volta.

A cruz nos dá a certeza tranqüilizante que a morte não é o ponto final ou um ponto de interrogação, ela é tão somente uma vírgula que se abre na direção da outra vida, que é abundante em amor.
Em que pese a nossa imensa saudade, te dizemos um até breve Carolzinha e, que o Senhor Jesus esteja sempre contigo por todo o sempre.
Amém !

George Arribas
Recife 03.12.2008

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